
— Gina, por favor, pode parar de falar disso por um segundo? – Eu paro no meio da escadaria da toca, virando-me para Hermione e Gina que estão atrás de mim.
— Eu só estou dizendo..
— Ok, ideia rápida: pare de dizer
Para vocês que chegaram agora, eu vou explicar a situação. Eu tive a brilhante ideia de namorar um dos irmãos mais velhos de Gina, Fred Weasley. Foram anos incríveis mas depois que eles saíram da escola e abriram a Gemialidades Weasleys, a guerra se tornou uma possibilidade real, vários ataques aconteceram e eu, Hermione e Ron estávamos preocupados em ajudar Harry.
Resumindo, as coisas ficaram mais complicadas, nós ficamos distantes e terminamos. Eu não queria mas não tive coragem de insistir.
Enfim, viramos "amigos" de novo.
Ontem à noite, eu e Hermione estávamos conversando e eu mencionei que sentia falta dele e das nossas conversas. O problema é que Gina ouviu, o que nos levou a essa situação.
— Eu não quero falar sobre isso, Gina. Vou pedir só mais uma vez. Por favor. – Desço as escadas e vou em direção à sala com as meninas logo atrás de mim.
— Gina, é melhor deixar isso quieto. Pare antes que você escute algo que não quer. – Hermione diz, percebendo minha irritação. Elas se sentam juntas em um sofá, e eu me sento em frente a elas. — Todo mundo consegue ver que meu irmão fez uma escolha idiota, eu só acho que ela poderia ir falar com ele, tentar resolver a situação. – Gina diz, cabisbaixa.
Time skip
Harry, Ron e Hermione já tinham conseguido dormir, eu continuei olhando o céu pela janela do quarto por um tempo, o estresse da luta contra os comensais e a preocupação não me deixaram dormir. Eu me levanto devagar, com cautela para não acordar os outros e desço as escadas, talvez eu consiga esvaziar a mente mudando de ambiente e verificando os ruivos dormindo na sala.
George havia adormecido no sofá após o ataque e Fred jamais deixaria o irmão sozinho, então eles dormiram, cada um em um sofá. Assim que cheguei no final da escada, percebi que um dos meninos estava acordado.
— Ei – sussurei chamando a atenção dele.
— Ei, não conseguiu dormir? – Era George. Ele fez menção de se sentar, mas eu cheguei até o sofá antes.
— Não precisa levantar, você tem que descansar e não, não consegui. - Balancei minha varinha sussurrando um feitiço para limpar a faixa em volta da cabeça dele. — Ainda dói?
George olha para mim com um sorriso provocador. — Esqueceu quem eu sou mulher? Um arranhão desse não pode me derrubar.
Reviro os olhos e realizo um feitiço de cura para ajudar com o ferimento, coloco minha varinha na mesa de centro e me sento ao dele no chão. Ficamos conversando assim por algum tempo, talvez mais de uma hora, um George sonolento fazendo piadas mesmo em um momento ruim, eu apoiada no sofá e os dois tentando segurar as risadas para não levarmos bronca da Sra.Weasley.
— Sabe... Sinto muito pela nossa amizade ter ficado estranha, é só que... eu não sei, não sabia como agir depois do término de vocês.
— Tudo bem. Eu entendo mas senti falta de conversar com você. – Nas últimas semanas, sempre que eu e os gêmeos estávamos na mesma sala, um silêncio desconfortável se instalava.
— Também senti sua falta idiota, e sabe... – Vejo George indicar com a cabeça na direção de Fred. — Eu não fui o único.
— Ah, é? Ele te falou isso? – Pergunto cética, desviando o olhar. George se levantou e sentou ao meu lado com um sorriso brincalhão.
— Sim, mas não conte a ele que eu te disse.
— Oh cale a boca, acho que o feitiço alcançou seu cérebro e acabou te deixando mais idiota do que já era. - Sinto meu coração acelerar com a ideia de Fred admitindo sentir minha falta, sei que George não mentiria sobre isso, mas não importa muito já que ele não admitiu isso para mim. George estava tentando abafar uma risada ao meu lado antes de se encolher e soltar um grunhido de dor.
— O que foi Georgie? – Pego minha varinha e sussurro um “Lumos”, iluminando a sala.
— Hum, foi só uma pontada de dor – Alguns ruídos podem ser ouvidos atrás de nós, George olha por cima da minha cabeça e dá um sorriso amarelo, acompanho o olhar dele e vejo um Fred confuso e recém acordado. — Oh te acordamos, bela adormecida? – George zomba enquanto Fred se senta no sofá, deixando o cobertor cair no chão e resmunga um confuso " Que horas são?"
— Vocês que estão fazendo barulho? Por que estão acordados a essa hora? – Ele pisca algumas vezes, ainda se acostumando com a claridade na sala. De repente, os olhos de Fred se arregalam, e posso dizer que qualquer vestígio de sono que ele tinha desapareceu. — George está bem? Aconteceu alguma coisa?
— Sim, não se preocupe, eu não consegui dormir então estávamos conversando. Desculpe pelos barulhos – Posso ver Fred relaxando lentamente. Se eu fiquei preocupada quando soube sobre George, nem posso imaginar oque passou na cabeça dele.
— Tudo bem, eu já dormi o suficiente – Ele se inclina para pegar o cobertor do chão e se cobrir novamente. Dormir, até o momento eu não tinha percebido o quão cansada eu estava, meus olhos começaram a pesar e a ideia de fechar eles só um pouquinho não parecia tão ruim.
Fred olhou para o relógio na parede e divagou, — Daqui a pouco vai amanhecer... O que vocês estavam fazendo? Tipo, vocês estão juntos aqui a quanto tempo?
Um brilho podia ser visto nos olhos de George antes dele responder. — Ah o pequeno girassol aqui estava cuidando de mim, ela é uma ótima doutora. - Ele passou um braço ao meu redor e minha cabeça caiu no ombro dele.
Eu não consegui realmente acompanhar a conversa, aparentemente Fred fechou a cara com o comentário de George. Agora eles estavam se irritando e rindo mais alto do que deviam.
Fred's POV
Um brilho travesso passou pelos olhos de George antes dele soltar, — Ah, o pequeno girassol aqui estava cuidando de mim, ela é uma ótima doutora.
Sem perceber, franzi o cenho assistindo a interação entre eles. — Você já é um homem crescido, não consegue se cuidar sozinho não?
George ri da minha cara e retira o braço que estava em volta dos ombros dela. — Não precisa ficar assim, eu deixo você cuidar de mim também.
Solto um "idiota", incapaz de evitar rir. Ele se levanta e senta no sofá novamente. Meus olhos vagam pela sala e vejo que o “pequeno girassol” está quieto demais, um sorriso ilumina meu rosto quando percebo que ela está dormindo, apoiada no sofá em uma posição um tanto desconfortável.
Me levanto e passo um braço ao redor de suas costas e outro por debaixo das pernas, tentando não perturbar o sono tranquilo dela. Com cuidado, eu a ergo nos meus braços e ela se aninha contra mim, descansando o rosto na curva do meu pescoço e deixando a varinha cair.
Sua respiração suave faz meu próprio fôlego travar por um momento, congelo no lugar, percebendo agora o quão perto nós estamos. Me movo devagar e coloco ela no lugar que eu estava dormindo, assim que tenho certeza que ela está em uma posição confortável, me sento em frente ao sofá sem conseguir tirar os olhos dela.
Ela se mexeu um pouco e sem pensar duas vezes, estiquei a mão para afastar alguns fios de cabelo de cabelo que tinham caído em seu rosto. Como alguém consegue ser tão adorável?
De repente, um grito ecoou atrás de nós, George e eu nos levantamos apressadamente, tentando localizar a origem do som...