
Capítulo VII
Lo sigo intentando
Tan cerca el impacto
Hay que ser bien fuertes
Pa' ver a la muerte
Derecho y honrado
À medida que as horas passavam e se tornavam dias, Scorpius lutava contra a catapora e Narcisa assumiu a tarefa de cuidar dele com dedicação praticamente exclusiva. Em razão disso, não hesitei em cuidar de Rose e manter a casa em ordem, mesmo que não tivesse pratica em cuidar de uma criança sozinho, tampouco de uma casa.
Todavia, minhas dificuldades não me atrapalharam e por isso, nesse momento, observo Rose com o cabelo trançado por Narcisa, pois aparentemente eu sou um fiasco em trançar cabelo, puxar seu edredom de unicórnio.
Apesar da luz suave do quarto lançar uma aura tranquila sobre nós, detecto a preocupação pairando no ar.
Observando-a atentamente, noto seus olhos, idênticos aos de Draco e todos os Malfoy que vieram antes de nós, preocupados refletindo a ansiedade que sei que ela está sentindo em relação à saúde de Scorpius.
_Você está bem, querida? –Pergunto calmamente, ao mesmo tempo, sentando-se na beira da cama ao lado dela.
Rose assentiu, porém, seus olhos permaneciam fixos no teto, sua mente claramente preocupada com o irmão.
_Eu só espero que Scorpius melhore logo. –Murmurou ela, sua voz embargada pela preocupação.
Sem saber ao certo o que fazer ou dizer, retirei os fios escuros que caiam sobre seus olhos dizendo:
_Ele vai ficar bem, Rose.
No entanto, ela me fitou como se duvidasse de minhas palavras e eu me vi acrescentando:
_Você sabe como a sua avó é habilidosa em cuidar das pessoas. Ela vai garantir que Scorpius tenha o melhor tratamento possível.
Rose assentiu novamente, mas sua expressão ainda estava preocupada. Nesses momentos, é que percebo o quanto ela é uma irmã amorosa e protetora e ver Scorpius doente a afeta profundamente.
Sinto um aperto no peito e só posso supor que a causa seja ver a angústia de Rose. Pois me preocupo não só com o bem-estar de Scorpius, mas também com o de minha neta.
Preciso ser forte para confortar minha neta.
_Vamos pensar em coisas boas. –Sugeri na tentativa de desviar a atenção dela para algo mais positivo. –Lembre-se dos momentos felizes que compartilhamos juntos como família. Scorpius vai se recuperar e logo estaremos todos juntos novamente, aproveitando a vida.
Rose sorriu fracamente, ao mesmo tempo, em que indagava:
_Quando ele melhorar, podemos ir à praia novamente?
_É claro. –Concordo sem pensar duas vezes, não deixando de sorrir ao lembrar o quanto me diverti com eles quando os acompanhei pela primeira vez à praia.
_Agora, o que me diz de uma história? –Digo de volta ao presente e ao vê-la assentir começo a narrar um conto que lembro-me de minha mãe contar quando eu era criança.
Apenas quando tive certeza que Rose adormeceu é que sai de seu quarto. No entanto, ao invés de retornar ao escritório cujo sofá eu transfigurei em uma cama, dirigi-me até o quarto de Scorpius e abri a porta cautelosamente a fim de não causar nenhum ruído que pudesse incomodá-lo.
No batente da porta, observei Narcisa colocar um prato de sopa no móvel de cabeceira e então envolver nosso neto em cobertores macios, oferecendo palavras gentis e carinho ao garotinho que me faz lembrar de Draco todas às vezes em que eu coloco meus olhos sobre ele.
Observar os dois, me deixa ainda mais consciente do território desconhecido que penetrei meses atrás.
Fui um homem que presenciou muitas atrocidades ao longo da minha existência miserável, mas ver Scorpius gemer de dor me causou o maior dos desconfortos e uma enorme preocupação.
Isso foi o bastante para que eu me questionasse como Narcisa se sentia, pois ela parecia tão serena enquanto acariciava gentilmente o rosto pálido de Scorpius, murmurando palavras reconfortantes em seu ouvido. Sua presença era como um bálsamo para o menino, suavizando sua angústia e trazendo um pouco de alívio para o desconforto que ele sentia.
Isso fez com que eu sentisse uma pontada de admiração ao vê-la em ação. Ela é verdadeiramente notável, capaz de transformar uma situação difícil em um momento de conexão e ternura.
Enquanto Narcisa continuava a cuidar de Scorpius, chegou a conclusão que há muito que ainda preciso aprender sobre ser um.
Afinal, nunca fui próximo de Draco durante sua primeira década de vida e a ideia de cuidar de uma criança doente me desconfortável e incerto. No entanto, isso não me impede de querer ajudar, querer fazer algo para aliviar o sofrimento do meu neto, mas simplesmente não sei por onde começar.
_Lucius... –Narcisa diz chamando minha atenção e ao fitá-la vejo seus penetrantes olhos azuis me fitando com intensidade o bastante para saber que ela está tentando desvendar o que estou pensando.
_Fique conosco, Lucius. –Disse ela suavemente e quase como se percebesse minhas aflições, acrescentou –Você não precisa fazer nada além de estar presente. Às vezes, isso é o suficiente.
Assenti, reconhecendo a verdade nas palavras dela e assim me permiti relaxar um pouco a medida em que eu sentava aos pés da cama de Scorpius.
Assim, passei longas horas até que Narcisa me enxotasse do quarto, alegando que eu precisava dormir para estar pronto para minhas obrigações no dia seguinte.
Na manhã seguinte, Scorpius apresentou sinais de melhora esperançosos e isso foi o bastante para trazer o brilho de volta aos olhos de Rose e Narcisa.
Após deixar Rose na escola, deparei com Scorpius deitado em sua cama, o rosto pálido e cansado exibindo as marcas vermelhas características da catapora. Narcisa estava ao seu lado, cuidadosamente aplicando loções calmantes nas bolhas enquanto cantava uma melodia suave para acalmá-lo.
Ela transmitia uma serenidade reconfortante, sua expressão gentil e seus gestos cuidadosos, evidenciando o amor de uma avó dedicada, algo que eu não posso deixar de invejar, pois ela é simplesmente natural, ao passo que eu luto para ser minimamente decente.
No entanto, meu momento de admiração foi interrompido abruptamente quando Andrômeda apareceu repentinamente ao meu lado, fazendo-me dar um pequeno salto de surpresa.
Nossos olhos se encontraram em um breve instante de choque mútuo antes que Andrômeda quebrar o silêncio tenso.
_Lucius. –Disse ela em um tom de voz baixo o suficiente para que Narcisa não ouvisse e eu tinha a certeza que ela diria algo mais, porém uma voz franca chamou nossa atenção.
_Tia Andy, onde está Ted? –Scorpius indagou ao notar a presença de sua única tia-avó.
Sorrindo sutilmente, a Black renegada aproximou-se de minha esposa e do meu neto.
_Ele está em Hogwarts, pequenino. –Respondeu ela –Agora, diga-me como você está?
Sendo educado o suficiente para saber quando minha presença não é bem-vinda, deixo os três sozinhos e desço para o andar inferior, onde pego o livro que havia deixado no sofá.
Cerca de uma hora após deixar Andrômeda com Narcisa e Scorpius, a morena surge em minha frente, não deixando de me assustar com o fato dela mover-se tão silenciosamente.
No entanto, deixo meu questionamento para mais tarde, pois noto seus olhos castanhos com um brilho sombrio o bastante para me fazer lembrar de uma terceira irmã que não deve ser mencionada.
_Você tem observado Narcisa bastante. –Ela disse em um tom que não abria margem à discussão –Espero que sua curiosidade não tenha ultrapassado os limites da discrição.
Levando poucos segundos para me recuperar do susto inicial de sua presença repentina, endireitei a postura.
Meus olhos encontraram os de Andrômeda e a respondi com uma voz igualmente firme:
_Eu estava apenas... observando. Narcisa é uma excelente cuidadora, e eu só queria me certificar de que Scorpius está bem.
A filha do meio de Cygnus estudou-me por um momento incomodo.
_É compreensível que você se preocupe com Scorpius. –Admitiu Andrômeda, suavizando um pouco sua postura, que bom que ela finalmente percebeu que eu não sou um monstro –Mas não esqueça que Narcisa é mais do que capaz de cuidar dele. Você não precisa se intrometer.
Assenti, inevitavelmente reconhecendo implicitamente a validade de suas palavras, pois mesmo com suas preocupações, Narcisa era uma mãe e avó dedicada.
_Você está certa. –Concordei e me deixei relaxar enquanto admitia –Eu só queria ter certeza.
_Não é nada que ela já não tenha feito antes. –Ela disse em um tom acusatório e eu abaixei o olhar envergonhado com minhas atitudes pretéritas.
_Lucius... –Começou ela após segundos em silêncio, sua voz firme, mas contida –Eu tenho uma pergunta para você, e eu espero que você possa ser honesto comigo.
Instantaneamente ergui o olhar para ela, encontrando o olhar penetrante de Andrômeda com uma expressão neutra.
Sei que apesar de ter tido a mesma educação que Narcisa, Andrômeda não era do tipo que rodeava assuntos importantes, então a fitei com seriedade, preparado para enfrentar o que quer que ela trouxesse à tona.
_Claro, Andrômeda. O que gostaria de saber? –Respondi fazendo o possível para que minha voz soasse calma e controlada.
Logo percebi que Andrômeda ponderou por um momento, quase como se estivesse escolhendo suas palavras com cuidado antes de prosseguir.
_Quais são suas intenções com Narcisa? –Perguntou ela diretamente para minha confusão –Você está aqui apenas temporariamente, ou... há algo mais entre vocês dois?
Instantaneamente senti um calafrio percorrer minha espinha.
Sei que não posso esconder minhas verdadeiras intenções, mesmo que quisesse, pois, no fundo, ela ainda é uma astuta sonserina.
Por isso, inalei profundamente na tentativa de protelar o que diria a seguir.
_Andrômeda, eu... eu não posso negar que sinto um profundo apreço por Narcisa. –Comecei escolhendo as palavras com cautela, pois embora não seja tão excêntrica quanto Bellatrix ou tão composta como Narcisa, ela tinha reflexos rápidos e um temperamento Black difícil.
_Nós compartilhamos uma história juntos, uma conexão que nunca desapareceu completamente. Não abrirei mão de nossa família novamente, mas eu entendo que ela tenha dúvidas sobre minhas intenções, dadas as circunstâncias passadas. –Finalizei.
Notei que ela escutou atentamente minhas palavras, absorvendo cada sílaba com consideração. E ao fitar seus olhos analíticos, eu sabia que ela estava ponderando se podia confiar em mim, tal como a irmã.
_Eu entendo, Lucius. –Disse ela com uma suavidade que não deixou de me surpreender –Mas saiba que eu estou de olho em você. Se eu achar que você está causando mais dor a minha irmã, eu não hesitarei em intervir.
Assenti, reconhecendo a seriedade das palavras de Andrômeda. O que me faz perceber que terei de provar minha sinceridade com ações, não apenas com suas palavras.
_Tudo bem, Andrômeda. –Respondi com a voz carregada de determinação –Eu farei o meu melhor para ser digno da confiança de Narcisa e de toda a sua família.
_Acho bom. –Ela disse com um brilho quase que psicótico no olhar e a medida que um sorriso malicioso surgia no canto de seus lábios eu me lembrei que ela ainda é membro da mais nobre e antiga casa dos Black –Ou nem seus elfos domésticos encontrarão seu corpo para sepultar.
Sem dar tempo para que eu esboçasse qualquer outra reação que não o choque, Andrômeda Black foi embora tão repentinamente quanto apareceu.
_Lucius, está tudo bem? –Indagou Narcisa me surpreendendo.
_Claro, por que não estaria? –Respondi desconfiado e ela deu um passo à frente me fitando a procura de algo.
_Você estava olhando para o nada com uma expressão não muito amistosa. –Esclareceu ela.
_Estava apenas pensando em algo que sua irmã disse. –Acrescentei.
Franzindo o cenho em confusão genuína, de modo bastante similar a nossa neta, Narcisa indagou:
_O que Andrômeda poderia lhe dizer para deixá-lo assim?
_Acredito que sua irmã tenha acabado de me ameaçar. -Confessei sem pensar no impacto que minhas palavras poderiam ter.
Contudo, para minha surpresa, Narcisa riu, a primeira risada que ouço desde que Scorpius adoeceu e isso era como música para meus ouvidos. Como posso ter passado anos sem ouvir essa melodia que faz meu coração gelado se aquecer?
_Não seja exagerado, querido. –Ela disse e me pergunto se ela notou do que acabou de me chamar –Andy, não ameaçaria sequer um inseto.
Antes que eu pudesse protestar, ela me deu as costas, deixando-me questionar se ela tinha a noção do que Andrômeda era capaz de fazer por ela. Afinal, a Black renegada ousou ir até a Mansão Malfoy e acaba de ameaçar minha vida, isso tudo por Narcisa.