Deixarei a luz acesa

Harry Potter - J. K. Rowling
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Deixarei a luz acesa
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Hermione e Draco eventualmente, enquanto isso, quem sabe?
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3

O resto do trimestre passou sem grandes acontecimentos e, antes que se percebesse, logo estavam arrumando as malas para o Natal. Hermione iria para casa durante as férias, mas Harry e Rony ficariam como de costume. Ela fechou a tampa do seu baú e usou sua varinha para levantá-lo. Como ainda estava em Hogwarts, não havia razão para carregar à mão até a estação de trem. Harry e Rony estavam esperando por ela na sala comunal.

“Você tem certeza de que não quer ficar durante o recesso?” Rony perguntou assim que ela desceu as escadas.

“Sim, Rony, já falamos sobre isso.” Hermione disse. “Quero ir para casa ver meus pais. E também quero garantir que está tudo bem lá. O mundo trouxa não foi intocado pelo retorno de Você-Sabe-Quem.”

Rony revirou os olhos, mas assentiu. Harry a puxou para um abraço apertado. “Vamos sentir sua falta.” Ele disse.

“Estou indo para casa no Natal, não estou morrendo, sabe.” Hermione brincou.

Rony pegou a mão dela e a puxou suavemente para um abraço feroz depois que Harry a soltou. Eles ficaram assim por um segundo a mais do que realmente precisavam.

“Sabemos.” Harry disse, quando Rony e Hermione finalmente se separaram. “Mas Hogwarts não é a mesma sem você. Além disso, você é muito melhor em pesquisar do que nós. Seria realmente útil tê-la aqui para ajudar a encontrar os... bem, você sabe, os objetos que estamos procurando.”

Hermione revirou os olhos com a tentativa de sutileza de Harry. “Vocês vão conseguir. Apenas usem a capa para entrar na seção reservada e vocês ficarão bem.”

Ambos a observaram melancolicamente enquanto ela abria o buraco do retrato e saía para o corredor. “Feliz Natal!” Ela gritou por cima do ombro. Antes que qualquer um pudesse responder, o buraco do retrato se fechou e Hermione ficou olhando para a Mulher Gorda.

“Está olhando o quê?” A Mulher Gorda gritou para Hermione.

Hermione sacudiu-se um pouco e continuou sua jornada até o Expresso de Hogwarts. Antes de chegar ao Salão Principal, Rony apareceu correndo pelo corredor em sua direção.

“O que você está fazendo?” Hermione riu enquanto ele se dobrava em sua frente para recuperar o fôlego.

“Estou... me dê... um segundo.” Rony ofegou.

“Harry também vai aparecer na esquina?” Hermione perguntou, quase brincando.

Rony se endireitou rapidamente, parecendo um pouco ofendido. “Não!” Ele quase gritou com ela. “Deixei ele na sala. Ele está lendo ou algo assim.”

“Sim, lendo. Totalmente a cara dele.” Hermione disse, revirando os olhos um pouco. “Por que você está aqui então?”

Rony finalmente recuperou o fôlego, mas assim que Hermione perguntou por que ele estava ali, ele ficou ainda mais vermelho do que o normal. “Estou... Bem, veja só... Estou aqui por quê...” Ele fechou os olhos, respirou fundo e as palavras saíram rapidamente. “Estou aqui porque, bem, eu gosto muito de você e não deveria estar te dizendo isso porque é uma ideia terrível. Quero dizer, você definitivamente não gosta de mim, mas eu não sei, prometi a mim mesmo que te diria antes do Natal e este é literalmente o último segundo possível para eu te dizer, então estou dizendo. Não espero que você diga nada agora, apenas vá para as férias e eu só não quero te perder como amiga...”

“Rony!” Hermione finalmente interrompeu. “Você pode parar de falar e olhar para mim?”

Sua cabeça levantou rapidamente e Hermione colocou as mãos nas bochechas dele, segurando sua cabeça e se aproximando. “Você não precisa se preocupar em me perder como amiga.” Ela disse. Hermione estava perto o suficiente para ouvir quando a respiração de Rony ficou presa na garganta. Ela se ergueu nas pontas dos pés e roçou os lábios contra os dele. Rony imediatamente enterrou as mãos nos cabelos dela e aprofundou o beijo.

Eventualmente, Hermione se afastou. Ela realmente tinha um trem para pegar. “Hermione.” Rony disse, sem fôlego.

“Desculpe. Eu realmente preciso pegar o trem. Vamos conversar mais depois das férias, prometo.” Hermione disse, afastando-se um pouco mais dos braços de Rony.

Rony assentiu, relutantemente deixando-a ir.

Hermione foi uma das últimas estudantes a embarcar no trem devido aos seus muitos atrasos. Quando finalmente acomodou seu baú, havia poucos compartimentos vazios. Ela finalmente encontrou um e entrou. Pegou um livro da bolsa, mas antes que pudesse abrir, Draco Malfoy e seu grupo abriram a porta e entraram.

"O que você está fazendo?" Hermione perguntou, surpresa pelos Sonserinos que se convidaram para o seu espaço.

“Não há cabines livres e, como você está sozinha, como de costume, achamos que você poderia compartilhar.” Draco disse com desdém do assento que ele havia tomado à sua frente.

“O que faz você pensar que eu quero vocês sentados comigo?” Hermione perguntou.

“O que faz você pensar que nos importamos?” Pansy Parkinson zombou do lugar ao lado de Draco.

Hermione lançou um olhar zangado para ela e voltou sua atenção para Draco. Seu cabelo pálido estava perfeitamente arrumado, sem um fio fora do lugar. Seus olhos prateados estavam fixos nela com um olhar penetrante que fez Hermione se mexer desconfortavelmente. Ele era incômodo, sempre foi. Ela não conseguia entendê-lo, não que ela fosse muito boa com pessoas.

“Saiam.” Hermione disse, abrindo seu livro e virando uma página aleatória. Ela só precisava colocar algo entre ela e aquele olhar frio.

"Nos obrigue." Draco disse, reclinando-se contra o assento acolchoado. Crabbe se apertou com Parvati e Draco no assento à frente de Hermione, mas Goyle estava sentado ao lado dela. Ela preguiçosamente apontou sua varinha para ele e disse "Cantis". O garoto não viu o feitiço vindo e ele o acertou direto no peito. Assim que o fez, ele começou uma animada interpretação da Habanera de Carmen.

Hermione voltou ao seu livro, ignorando os rostos chocados de Draco, Parvati e Crabbe. "Eu não imaginava que você gostasse de ópera, Goyle." Hermione disse, ainda sem levantar o olhar.

Ela sentiu o momento em que o olhar de Draco voltou para ela, mas ignorou o melhor que pôde.

“O que você fez?” Crabbe disse.

“Nada permanente.” Hermione disse. “A menos que ele force as cordas vocais dele. Isso poderia causar nódulos e isso não seria bom para a carreira dele como cantor de ópera. Se bem que,” ela disse olhando para o rosto cheio de pânico de Crabbe. “Não estou certa se ele realmente tinha uma carreira para começo de conversa.”

Isso foi recebido com um falatório do outro assento que Hermione diligentemente ignorou. A terrível ópera de Goyle continuou alta e longa o suficiente para atrair a atenção dos monitores que patrulhavam o corredor.

Uma garota da Corvinal abriu a porta e avaliou o grupo. Aquela deve ter sido uma imagem interessante. Hermione estava lendo, Goyle ainda estava cantando, Crabbe observava seu amigo com cada vez mais preocupação a cada minuto que passava. Parvati estava espalhada sobre o colo de Draco falando sem parar, apesar do barulho. Draco estava acenando com a cabeça para Parvati, mas não tinha tirado os olhos de Hermione. Ela podia sentir o peso daquele olhar e estava fazendo o possível para não deixá-lo afetá-la. Ela pretendia passar a viagem de trem pensando no que dizer a Rony quando voltasse e, em vez disso, estava ali com os Sonserinos tentando não ficar surda.

“O que está acontecendo aqui?” A garota da Corvinal perguntou ao grupo, então se virou para Goyle. “Pare de cantar!”

Goyle deu de ombros, impotente, e continuou. “Ele não pode parar.” Crabbe disse, a agitação clara em sua voz. Ele apontou para Hermione e disse: “Ela fez algo com ele!”

A Corvinal voltou sua atenção para Hermione. “O que você fez?” Ela perguntou, olhos se estreitando.

"Nada permanente." Hermione disse novamente, recusando-se a olhar para a Corvinal ou para qualquer um dos seus companheiros indesejados de compartimento.

“Desfaça.” A monitora disse, colocando as mãos nos quadris. “Estamos recebendo reclamações de barulho das pessoas das outras cabines.”

“Então faça eles saírem.” Hermione disse com primazia. Draco riu e balançou a cabeça. Uma mecha de seu cabelo loiro caiu sobre o rosto e Hermione teve que resistir ao impulso insano de ajeitá-la de volta ao lugar.

A Corvinal olhou para os Sonserinos novamente, mais cuidadosamente. Ela mordeu o lábio inferior por um segundo, considerando. “Se você fizer a ópera parar, eu encontrarei outro lugar para eles ficarem durante a viagem.”

“Feito.” Hermione disse. Ela murmurou o contrafeitiço e Goyle parou de cantar com um olhar aliviado no rosto.

Crabbe parecia quase tão aliviado quanto Goyle. Draco se levantou e se espreguiçou, esticando os braços para os lados de forma preguiçosa antes de seguir a Corvinal para o corredor.

“Você venceu desta vez.” Parvati sibilou para Hermione enquanto também saía para o corredor. Crabbe e Goyle olharam torto pra ela antes de deixar o compartimento. Hermione esticou as pernas no espaço deixado pela saída dos Sonserinos.

Na hora restante de viagem de trem, Hermione tentou pensar em Rony ou se concentrar na leitura, mas tudo o que conseguia pensar era em como era ter o olhar gelado de Draco focado nela. E como a camisa dele, perfeitamente ajustada, esticava e puxava sobre seu a figura de seus músculos quando ele se espreguiçava. Ele basicamente tinha se posicionado em cima dela como se soubesse o que isso faria com ela. Os pensamentos que provocaria. Por mais que gostasse de Rony, o beijo não tinha sido uma mentira, havia algo intrigante e inevitável sobre Draco que ela não conseguia entender. Quanto mais pensava nisso, mais incomodada ficava com ele. Ao final da viagem, Hermione decidiu manter distância de Draco. Era melhor deixar sem investigação qualquer estranheza que ela sentisse vindo ao redor dele. Ele poderia ser um Comensal da Morte, afinal, e ele era um Sonserino. Envolver-se com aquele grupo não valia o problema, decidiu Hermione enquanto descia do trem com sua bagagem. Ela avistou seus pais e caiu em seus braços acolhedores, todos os pensamentos sobre garotos problemáticos desaparecendo assim que os viu na multidão que esperava na plataforma 9 ¾.

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