it's for you

Harry Potter - J. K. Rowling
F/F
G
it's for you
Summary
tear my skin and help everything, observe every detail, everything open only to your eyes. Notice all the obscure details and little things that make me hidden behind my eyes. Break me down like clay and build me up again. Break my bones. I kissed. Do whatever you want. I'm yours, so you can't leave me.

O cálice a vela e o sacrifício

Este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel, e a ser um sinal de contradição, de modo que o pensamento de muitos corações será revelado. Quanto a você, uma espada atravessará a sua alma".
Lucas 2:34-35

 

A chuva parecia tocar um som sufocante ou talvez fossem meus pensamentos que se agarravam junto a melodia da chuva e arranhava minha cabeça de dentro para fora. O quarto estava quieto e abafado, a maior janela aberta com a cortina balançando violentamente. Lily suspirou atrás de mim, me abraçando mais forte e esfregando o nariz em meu pescoço. Lembrei dos dias chuvosos em casa, eu sempre gostei de observar a vida dos vermes em dias chuvosos. Quando eu era ainda uma criança, costumava alimentar eles, para ter meu próprio material de observação. Me sentia como um Deus, com meus pequenos dedos desenhando avenidas e cidades na terra molhada. Também foi nessa época que percebi muito cedo o quanto as pessoas podem ser desinteressante. Infelizmente, pessoas como eu, precisam de outras para subir, então sempre me adapto rápido para agradar. Sei dar exatamente o que as pessoas esperam, fingir ser um deles. Fingir ser a pessoa que você olha com olhos verdes cheios de carinho. Sei sorrir, fingir que me importo e conversar sobre algo chato e entediante. Gosto do cheiro metálico e da viscosidade, gosto de fazer coisas que não deveria, gosto do poder que isso me dá.

Faíscas crepitando, rasgando o véu cinza que crescia ao redor do mundo. Lily Evans: era cruel o jeito que você era tão bonita. Era como se sua beleza quebrasse meus ossos.

Tentei me concentrar nos ruídos até eles fazerem algum sentido, me agarrar em alguma palavra e depois em alguma frase. Eu tinha que me lembrar constantemente da minha existência. Existir deveria ser uma coisa tão fácil. Diga alguma coisa. Pense em algo. Estão falando com você. Sinta alguma coisa. Eu estava sempre tão entediada.

Ontem estava quente e eu havia me sujado demais de sangue. Aparatei para casa e tomei um banho fervente, fiquei parada até meus ombros ficarem sensiveis e vermelhos. Tocando os dedos pelas paredes de pisos gelados, o frio penetrando minha pele chegando aos ossos. Coloquei lentamente toda minha mão na parede, da palma à ponta dos dedos, estava tão fria, queimava. De algum modo parecia distante, me sentia como os quadros, um espectro, vida vista somente pelos olhos de outra pessoa. Fiquei ofegante, minhas costas arqueando suavemente, quase nada, uma sombra de movimento, meus dedos passendo pela minha própria palma, os calos pareciam estranho. Parecia que eu tocava a palma da mão de um estranho. Os próximo segundo meu corpo e minha mente se tornam totalmente um, únidos aleatoriamente e com raiva deixando de ser um reflexo e se tornando pesados e expansivos.

Eu e Severus estávamos infiltrados, era o que eu gostava de acreditar, me sentia cada vez mais próxima mascara, doía pra tirar, ela levava a pele da minha face com ela deixando pra trás os nervos e músculos. Ontem Lestrange cruciou uma trouxa em uma das invasões, eu sorri atrás da mascara. Tinha achado um pouco engraçado o jeito que ela se contorcia, seus olhos por um momento encontraram os meus, quando ela abria os lábios para dizer algo uma névoa nós levou. Era um sonho, percebi, o mesmo...

Linda, cilíos claros tremendo, sardas e respingos de sangue sendo confundidos facilmente, cabelos vermelhos crepitando, alguns fios fora do véu que ela usava voava ao redor de sua cabeça como uma espécie de Halo. Ela estava com o rosto coberto pela planitude de olhos fechados os respingos se tornavam lagrimas, lágrimas de sangue, que saiam como uma fonte mancha do seu rosto. As lágrimas se derramava sobre toda montanha até chegar sobre meus pés, formando um poça vermelha e viscosa. Em seus braços um cordeiro dormindo, os seus dedos deixando pequenas digitais de sangue em seu pelo. Ele descansava sobre seu peito, dormindo docemente. Impertubável pelas lágrimas de sangue.

Com minhas mão em formas de concha eu trouxe o sangue até minha boca, tomando tudo. Minha gengíva coçava, coçava. A tontura deixa todo meu corpo turvo. Sinto olhos me perfurando, ela está me olhando. Era assustadoramente lindo, senti medo de olhar, mas sentia ela implorando por isso, eu nunca negaria. O vento parando de gritar e jogando um véu de silêncio por todas as coisas existentes naquela montanha. Meu corpo quente e o som da minha respiração ressoava por toda montanha. Com a língua passando por meus dentes eu perseguia o gosto metalico. Lily também ofegava, nossas respirações em sincronia.

 

"Você ficará comigo? Eu estarei com você", alguém disse. Mas quem? A voz era de Lily. Era minha. Era da montanha. Era nossas vozes juntas."

 

Os fios que costuram os sonhos são como fumaça que se dissipam com facilidade.
Tento forcar minha visão em Lily, seus cabelos parecem queimar. O fogo está acima de todos os elementos, ele se expande, se suspende e se move em direção aos extremos. Ele mantém as propriedades elementares em armonia. Ele amadurece, ele expulga, purifica e se mistura com todos os elementos.

 

"Sirius trouxe vinho tinto." Acenei com a cabeça e Lily continuou no mesmo lugar. Eu estava cozinhando na cozinha de Lily e James, na cozinha da "casa de fuga".

Você só ama alguém quando a escuridão dentro dela não te assusta, ela passa suavemente por sua pele, os pelos arrepiados e o toque gelado te conforta. Parece que isso tem sido, todo dia, infinitamente, recitado em minha cabeça. Dedos pálidos mapeando meus ombros antes de descer por toda minha coluna vertebral, tão frios e doces, todo meu corpo se converge em me enviar essas sensações com detalhes. Totalmente consciente do toque. Eu assistiria a pedra rolar e a levaria montanha acima, sem nenhum pensamento, se isso significasse seus dedos na minha pele. Eu faria de tudo para não perder isso, tudo parecia sempre tão desfocado, tão irreal, você é a única coisa tangível, com peso e cor.

Sempre escolhi com precisão a máscara que atraísse mais cada um. Eu era boa nisso. Realmente. Desde que encontrei Lily, mesmo no primeiro momento, indo para um lugar estranho com promessas de mágia, ela sempre sabia onde puxar. Eu costurei uma nova Mary por cima da pele podre da antiga, com tudo que eu sabia que iria conduzi-lá para o meu caminho. A morte perseguindo as cinzas da fenix. Com o passar do tempo eu sentia mais fome, Lily me tocava e eu queria sempre mais. Esse fome abodrecia a pele que costurei para ela amar. Eu me tornava selvagem com ela, desperado pela calor.

Sorte a minha que ela ainda não tinha achadado às costuras.

O sangue ainda escorria.

Sangue pintando meus dedos e você atrás de meus olhos. Vermelho pulsando. Eu sentia Lily dentro de mim, às vezes revirando meu estômago, às vezes rastejando por debaixo da minha pele, às vezes se enrolando nas costelas, pulsando com meu coração. Ele me sufocava subindo desesperadamente e abrindo as asas em meu peito exigindo liberdade.

Se eu quisesse tira-lá de mim, teria que rasgar minha pele, eu perderia alguns orgãos, ossos e muito sangue no processo. Não dá mais para removê-la, por isso, faço tudo para mantê-la, engolindo ela de volta. Ela desce arranhando, como refluxo.

 

Meu pensamento, este em si acolhe
um assassino mais que fantasioso,
sacode de tal maneira
o reino de minha condição
humana e única,
que toda a ação fica asfixiada
em conjeturas,
e nada mais existe, a não ser o que não existe."

 

Lily era como o céu quando você olha pra cima; é assustador e opressor, a grandeza parece te esmagar lentamente e suavemente com sua beleza cruel e imensurável. Como um pensamento intrusívo que começa como um sussurro no canto da cabeça até que se tornar um grito sem distinção do que é você e do que não é. Ela me olhava com aquelas olhos verdes cansados, ela ficava até tarde da noite estudando sobre mágia do sangue e várias outras, algo que o libertasse. Nesse momentos eu desejava com força que ele nascesse morto.

Eu viveria numa terra sem salvador, mas não sem fogo.

Quando eu me deixava ir mais longe, a imagem dela manchada de sangue, olhos verdes selvagens combinando com o vermelho respingando de seus dedos finos e longos dançava sobre meus olhos fechados. Ensiná-lá o jogo dos deuses. Início e Final. Ela que decidiria tudo. O poder. Uma deusa sangrando arte e doçura. Existe coisas que você não fala, linhas que ninguém pode saber que você já ultrapassou. Eu sempre fui cega com essas linhas, eu sei que outras pessoas não passam por coisas que eu já passei sem nem notar. As pessoas não vão te entender, não vão gostar da verdade, as coisas podem ser pulsantes e vivas demais para alguns. Sempre vesti a melhor pele e consegui tudo o que queria, as pessoas esperam algo e você dá, é um jogo simples, ninguém realmente quer ver tudo como é, só querem que alguém que elas julgam mais elevadas diga o que eles devem fazer, querem um pouco de atenção, todos são tem um preço. Não importa qual seja. Não importa o que seja.

 

É comum que os seres humanos anseiem serem compreendidos, mas não estão dispostos a compreender. Sempre achei essa necessidade de compreensão que os seres humanos sentem algo desdenhoso, contudo, ainda sou um humano, então, como esperado, ainda tenho fome por algumas emoções; às vezes eu sonhava com ela vendo tudo, todos os cantinhos estreitos e sujos. Ao meu lado, Lily se moveu, o dedo mindinho subindo pelo garfo.

 

Lily enrolava a massa em seu garfo, e lembrei de um tempo distante de memorias retorcidas com o cheiro de alcool... correntes de ar penetrando minha pele e chegando em meus ossos, a temperatura caiu muito rápido. Estávamos rindo do frio, tudo ficou tão quente com sua pele na minha.

 

"Merlin, você é tão bonita". Ela riu tão alto, com tudo que tinha. Eu não sabia o que era mais bonito: o som de sua risada ou seus olhos verdes penetrantes. Sua risada vibrando dentro de mim, queimando suavemente.

 

Eu estava trovejando dentro de uma garrafa que começava rachar. Medo começou correr entre meu sangue congelando tudo. Entre beijos e olhos verdes nos meus, tão profundos.

Você conseguia ver por de baixo dessa pele? Algum dia você puxaria o fio solto? descosturando essa pele podre, assistiria ela descolando pedaço por pedaço até sobrar somente algumas partes de outras pessoas, pequenas delas, fragmentos, os piores pedaços de todos socados juntos, formando algo estranho, oleoso, nojento e nojento, com vários olhos e chifres. Essa coisa que eu era. Essa espécie de monstro. Algum dia. Estava faminta por esse dia, mas, por favor, Merlin, que não seja hoje esse maldito dia.

O Fogo como a energia vital que impulsiona a transmutação dos materiais e a busca da perfeição. O fogo está acima de todos os elementos, ele se expande, se eleva e se move em direção aos extremos. Ele mantém as propriedades elementares em armonia. Ela amadurece, ele expulga, purifica se mistura com todos os elementos.

 

Lily me olhava e meus dentes rangeram suavemente, eu queria morder sua garganta e sentir o sangue pulsando em minha língua, queria abrir seu ventre e limpá-lo com as unhas, então eu me ajoelhei, sem toca-lá, mas se me inclinasse um pouco...

 

"Eu matei." palavras que saiam sem tempo para sentí-las.

 

Ela parecia surpresa, antes de seus olhos suavizarem.

 

"Mary..."

"Não foi só um vez. Não foi por causa dele... bem, foi... mas eu queria, também foi por mim. Fui eu. Eu. não uma mascara. " Lily me olhou sem expressão. Parece que pelo uma vez na vida consegui deixar ela sem reação. Sorri. Uma onda de energia de poder e nojo passou pela ponta dos meus dedos do pé até meus fios de cabelo. Olhos verdes escuros me olhavam, ela via tudo. Queria gritar mas não havia nada em meu peito, a onda de energia tinha se partido tão rápido quanto veio.

 

"Não era assim que eu queria te dizer..." Tirei os olhos dos de Lily, com uma pequena risada, não suportava o peso, mas como uma corda umbilical me puxando, voltei para seu olhar. Era longo e sério.

 

"Eu vejo, você é tão infeliz Mary." Lágrimas se prendiam em seus cilíos, e algo em mim quebrou mais, como se o vento tivesse desmanchado minha janela de cacos colados. Me sentia vazia, aberta e vista. Ela me olhava e via tudo. Lágrimas começaram a escorrer rápidamente e sem qualquer esforço. Lily se ajoelhou e me abraçou.
"Isso é somente seu para carregar Mary. " Suas mão pegaram meu rosto "Sinto muito, mas tenho os meus para levar." ela olhou para baixo e ah...

não havia como competir. Eu faria tudo por todas suas partes.

 

"Irei para onde você quiser. Serei sua isca, seu escudo. Vou te seguir." Eu disse entre lágrimas, coloquei minha cabeça em seu pescoço chorando como uma criança

Gentil até o fundo da alma. Lily derramava vida. Uma supernova queimando sobre meus lábios. Meus dedos explorando a pele bronzeada, nã deixei de sorrir com os lábios sobre o seu quadril, eu estava cometendo um sacrilégio, um dos doces que te acorrentam no inferno. Um doce pecado, não podia evitar em cair. Eu sempre estaria faminta, pegando tudo que ela me desse, lambendo os dedos. Com beijos longos e lentos, dedos exploradores, eu um machucado sem assopros, me contercendo sobre seus dedos.

 

"Mary, na verdade eu preciso que você faça algo."

 

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