Always Vol. I - Ultrapassando os limites da magia

Harry Potter - J. K. Rowling
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Always Vol. I - Ultrapassando os limites da magia
Summary
O mundo mágico entrou em pânico, seu herói mais renomado desapareceu e voltou com uma neném que aparentemente é sua filha. Harry Potter aparece de repente, debaixo de uma chuva torrencial, quase morto na casa de Draco Malfoy que salva sua vida e cuida para que o antigo inimigo fique bem. Esse acontecimento desencadeia uma série de momentos reveladores e divertidos, e sentimentos a muito tempo escondidos.Seus filhos, agora com cinco anos, são melhores amigos e amam estarem juntos com seus pais, Harry e Draco essa aproximação como uma oportunidade para conviver e se apaixonar em um quente e intenso relacionamento, mas eles descobrem que seus filhos carregam muito mais do que deveriam.A volta de um inimigo em comum coloca a prova o talento e a força de um casal completamente improvável que precisa resgatar a esperança do mundo mágico e seus tesouros mais preciosos. Harry e Draco precisam trazer seus filhos, antes que seja tarde demais."Tragam seus filhos de voltaOu o Lorde das Trevas retornaMarcados para sempreO leão e a serpente!"

Bonito, gentil, gostoso e fode bem demais

Por Draco Malfoy

O líquido amarelado desceu rasgando pela minha garganta, minha casa nunca foi tão silenciosa e chata como estava sendo agora. Eu poderia estar comemorando meu aniversário de namoro de seis meses com Theo, e deveria estar em cima de uma mesa comendo ele ou sendo comido por aquele corpo incrível.

Mas não, o bonitão resolveu comer outra pessoa. Pelo menos fazia sentido, seu gosto por me ver e me beijar estava cada vez mais casto, não transava mais, nem queria tomar banho comigo. É, faz sentido agora. Eu ri de mim mesmo, me sentia tão idiota, foi meu primeiro relacionamento depois da guerra… cheguei a pensar que teria filhos com ele.

Acho que eu nunca teria filhos, nem um relacionamento que prestasse.

Terminei a bebida, era doce, e me deu ânsia de vômito.

Já era a terceira garrafa de cerveja amanteigada seguida de oito doses de tequila. Eu não via quase nada da forma correta, mas depois de ver o Theo com aquele outro cara, eu não queria ver mais nada. Joguei a aliança fora o mais rápido que pude, ela caiu em algum lugar longe da sala de jantar fazendo um tilintar metálico que ecoou no grande cômodo.

Lágrimas apareceram nos meus olhos, e tomado de vazio decidi pegar mais uma garrafa para caminhar até a casa de algum amigo. Saí tropeçando em meus pés e sorri desdenhando da minha situação lastimável. No meio do caminho, debaixo de uma noite estrelada, lembrei que Blaise estava viajando em uma convenção de advogados.

Pansy estava trabalhando em sua nova coleção, e um amigo bêbado na porta de sua casa não seria de muita avalia. Eu não iria acabar com sua produtividade tapando a luz de sua casa com os meus chifres.

"Astoria... ah", Astoria devia estar em casa.

Ajeitei a jaqueta de couro no corpo e caminhei um pouco lento demais até sua casa, toquei a campainha, e esperei. Quando ela abriu a porta, pude perceber que estava muito bonita com um pijama de seda cor de lilás e um coque no cabelo preto, mas seus olhos estavam muito fundos e marejados.

— Draco? — e a voz estava embargada. "Era impressão minha, ou Astoria esteve chorando?" — O que faz aqui?

— Preciso de um amigo... eu sei que desde que conversamos pela última vez, e eu disse que nós não daríamos certo, você deve estar querendo mandar eu me foder até minha próximas gerações terem filhos... mas eu preciso de um amigo — me apoiei na soleira da porta e ela se avançou em mim segurando-me o rosto — Estou bêbado, e de coração partido. Estou todo fodido.

Astoria fez carinho no meu rosto, e abriu passagem sem dizer nada. Sua casa estava silenciosa, vazia. Algumas caixas da recente mudança ainda estavam pelo caminho, mas ela conseguiu contornar todas sem me deixar cair. Suas mãozinhas eram fortes e ela tinha cheiro de perfume suave e caro.

— Vem, eu vou fazer um chá para você — Astoria me apoiou em seus ombros, ainda bem que conseguia me manter em pé, caso contrário teria caído por cima dela — Senta.

Eu obedeci, a cozinha tinha cheiro de coisa nova, e era elegante em sua decoração de mármore e inox. Fiquei feliz por Astoria conseguir sua casa, lembro-me que esse era seu sonho para poder sair das garras de uma família supremacista.

— Que casa linda... — comentei, ela sorriu para mim pegando folhas de dentro de um saquinho, estava fazendo chá sem varinha, isso era legal. Eu gostava de fazer as coisas sem magia também — Tá fazendo chá de quê?

— Hibisco — disse sem se virar, seus cabelos estavam caindo do coque fazendo uma cascata linda de preto nas suas costas — O que aconteceu com você?

— Descobri que sou corno — respondi com uma risadinha sarcástica — Gostou do meu par de chifre?

— Puta merda, sinto muito, não sabia que estava namorando — Astoria se virou e colocou a xícara na minha frente, tomei um gole do chá e ela se aproximou ao meu lado — Você está vermelho, deveria tomar um banho.

— Está previsto chuva para hoje, no caminho para casa eu tomo banho.

— Draco! — Astoria me deu um beliscão, eu reclamei — Se me arrumar uma pneumonia, eu te quebro. Anda, vou te ajudar a passar uma água no rosto e depois te deitar na cama. Aí sim, você toma o chá.

 

Ela acenou com a varinha para que a magia terminasse seu trabalho, os utensílios de cozinha começaram a andar de um lado para o outro até estarem guardados em seus devidos lugares.

Nós ficamos de pé, de frente um para o outro, sua boca parecia estar chamando. Não a mim, mas algo distante, Astoria estava com saudades de alguém e dava para ver seu sofrimento estampado no azul dos teus olhos. "Ou era apenas meu âmago ferido e magoado refletido nos seus olhos?"

Começamos a subir as escadas devagar e sempre, ao chegarmos no quarto de hóspedes, uma chuva torrencial começou a cair lá fora. Astoria me carregou até o banheiro e ligou o chuveiro, ela parou em minha frente, suas bochechas estavam vermelhas e suas mãos elegantes começaram a tirar minha camisa por cima da cabeça.

E assim que terminou esse ato ela pareceu travar e conter algo na boca, um sorriso ou uma frase.

— Eu seco a calça depois — lhe acalmei, e ela acenou me levando para baixo d'água, estava fria e eu me encolhi um pouquinho — Ui.

— Calma — Astoria entrou no chuveiro comigo, o que me deixou encantado, suas roupas começaram a molhar e ficar grudadas em seu corpo bonito — Vou cuidar de você.

— Você vai cuidar de mim? — perguntei, como uma criança perdida, ela me segurou pelo pescoço — É que faz muito tempo que ninguém cuida de mim.

Olhei-a com mais atenção e sorri fraquinho, seus cabelos estavam começando a ficar grudados na sua pele branca e fazia leves ondas conforme a água tomava conta.

— Porra, você é gata pra caralho — sussurrei, sem saber se aquilo havia sido um pensamento alto ou se disse de fato essa frase. Astoria me olhou sem responder, e eu me arrependi amargamente — Desculpa, eu não quis...

— Acho melhor...

— Eu ir embora? — sugeri, deveria estar incomodando ela.

— Claro que não, eu ia dizer para você se deitar — Astoria parecia preocupada comigo, depois que meu corpo relaxou, ela desligou o registro e me segurou — Venha.

Meus olhos se encheram de lágrimas, "por que eu não poderia me apaixonar por ela? Seria tudo tão mais simples. Eu não estaria tão quebrado quanto estou agora."
Astoria nos secou com um aceno da varinha e trouxe o chá até minhas mãos, ela não disse para eu vestir a camisa e com certeza eu não queria vesti-la. Então, até que ela mandasse, eu iria ficar sem camisa. Peguei a xícara de chá e tomei golinhos por golinhos para não ficar com vontade de vomitar.

Ela ainda parecia muito triste mesmo que estivesse envolvida com a situação e com o cuidado que estava tendo comigo. Enquanto Astoria arrumava a cama, eu pensei em conversar um pouco.

— Posso saber por que você está tão triste? — perguntei devagar, tentando não fazer ela começar a chorar.

— Digamos que um cara me tratou mal e eu me apaixonei por ele — disse ela com um sorriso triste, em seguida ela se sentou ao meu lado — Melhor?

— Um pouco — solucei, Astoria deu uma risadinha — Me conta mais sobre ele.

— Bom, ele está longe, com outra. E ele é bonito... gentil, gostoso e fode bem demais — contou suspirando — Estou com saudades dele.

— Achei que estava me descrevendo — brinquei só para ver um sorriso no seu rosto, ela riu depois de tentar segurar. Sua risada parecia um leve trinar de pássaros.

— Seu idiota — disse ainda rindo, toda vermelha.

— Pensa, gentil, gostoso, bonito e fode bem demais — enumerei como se fosse um TCC — Sou eu, ué.

Nós rimos juntos.

— Ah porra, por que eu não posso simplesmente me apaixonar por você, hein? De novo…

Aquilo me pegou de surpresa, nós nos encaramos enquanto os sorrisos iam perdendo a força Na contramão disso, a chuva aumentava mais e mais. As luzes chegaram a falhar e depois voltar ao normal.

— Sabe... eu estava pensando o mesmo sobre você — respondi, ela pareceu ter respirado fundo e olhando para algo abaixo do meu nariz. Astoria mordeu o lábio inferior e aquilo me deixou hipnotizado.

Finalmente, ela ergueu o olhar para mim e num lapso de coragem, encostei meus lábios nos dela, não sei ao certo o porquê. Mas foi tão fácil quanto respirar. Ela deixou, contrapondo suas próprias palavras de meses atrás de que nunca mais iria me dar condição, Astoria deixou que eu a beijasse pedindo passagem com a língua primeiro.

Nos separamos rapidamente, segurei seu rosto com as duas mãos e passei a língua delicadamente nos seus lábios fazendo ela suspirar e chupar a minha língua. Sorri e puxei ela para o meu colo segurando sua cintura fininha, aquilo estava tomando proporções maiores do que eu imaginava.

Paramos em seguida novamente, com olhares confusos e respirações erráticas.

— Por que fizemos isso? — ela sussurrou, com as mãos espalmadas em meu peito.

— Não sei — coloquei seus cabelos em meio aos meus dedos e dei um sorrisinho triste — Acho que é melhor esquecer...

Astoria me calou com outro beijo, mais urgente, mais... quente. Mordi seu lábio e puxei com os dentes fazendo ela estremecer em minhas mãos. Nos separamos de novo.

— Caralho, eu estou no seu colo... que vergonha — disse escondendo o rostinho nas mãos, eu sorri e a fiz olhar para mim.

— Tudo bem, uma gostosa dessas no meu colo não é nenhuma visão do inferno.

Astoria riu passando os dedos no meu cabelo e puxando um pouquinho. Eu me derreti, como um idiota depravado, derreti por uma puxada no cabelo que me fez morder o lábio e tombar a cabeça para trás, ouvi os lábios dela se desprenderem em um sorriso maldoso e a encarei.

— Gosta? — Astoria sorriu e depois que me viu fazer que sim, puxou de novo e levou a língua para minha boca — Gostoso...

— Porra... — agarrei seu corpo colocando ela em cima do meu pau, "gente, eu não era gay?" — Não sei o que aquele babaca está fazendo longe dessa deusa.

— Também não sei o que o seu ex está fazendo que não está te comendo ou dando pra você — ela murmurou de volta, se movendo lentamente em cima de mim — Como é grande...

— Ainda não está completamente duro — comentei com o ego inflado, ela abriu a boca, surpresa — Quer ver?

Astoria me olhou, e me beijou ardentemente. Em seguida, nossos lábios se desprenderam, e ela levou a boca na direção do meu ouvido.

— Quero ele dentro de mim — sussurrou me levando a loucura, agarrei sua camisa e a tirei jogando-a para algum canto. Num ato abrupto, virei-a na cama ficando entre suas pernas, seus peitos estavam apertados em um sutiã de renda azul.

Antes que ela dissesse alguma coisa, ataquei seu pescoço passando a língua em toda sua extensão, ela ofegou e suas pernas se abriram para me recepcionar melhor. Astoria me prendeu frente a sua intimidade, e agarrou minhas costas, arranhando-me.

— O que você quer de mim, Draco? — ela gemeu meu nome baixinho, eu mordi seu pescoço e depois a olhei.

— Deixa eu ser sua distração — pedi, me sentindo um bêbado solitário e sem escrúpulos — Me usa, me salve, Astoria.

Ela agarrou meus cabelos e guiou minha boca onde queria que eu beijasse, agarrei seus mamilos com os lábios e depois deixei marcas na barriga chapada. Ela gemeu quando alcancei sua intimidade surpreendentemente molhada, usei todo meu arsenal nela, fazendo suas pernas tremerem violentamente ao gozar gritando meu nome.

Com a boca cheia de seu mel, voltei a beijar ela e senti suas mãos abrindo minha calça, minha ereção pulou para fora e ela sorriu maliciosa colocando a calcinha ao lado para que eu visse.

— Pronta?

— Sim — ela me abraçou com as pernas e então entrei lentamente em seu corpo, fazendo ela arquear as costas e cravar as unhas em minhas costas — Caralho!

— Tão apertada... — gemi me empurrando mais.

Mais.

E mais.

Num prazer que eu não merecia, e que não era justo.

Como uma marcha fúnebre, marchamos em direção a uma noite de muito prazer e luxúria. Contudo, quando acordei... Astoria não estava mais lá.

Lentamente, me levantei da cama e peguei minhas roupas e sapatos. O quarto estava uma bagunça e havia uma parte da cabeceira que quebrou, bom, foi divertido pelo menos. Sentindo uma enorme dor de cabeça, desci as escadas e a encontrei sentada na bancada da cozinha, com uma xícara de café e os olhos embaçados.
Sem saber o que dizer, esperei que ela me visse.

Seus olhos encontraram os meus e ela começou a chorar. A abracei e deixei que chorasse, assim que conseguiu parar, ela me olhou. Limpei as lágrimas de seu rosto com os polegares e beijei sua testa.

— Foi tão ruim assim? — brinquei, ela riu mesmo sem ter tido graça nenhuma.

— Não, foi perfeito — disse respirando fundo — Bonito, gentil, gostoso, e fode bem demais. Essa frase deveria ser seu slogan.

— E o seu deveria ser "perfeita e gostosa demais" — rebati, ela rolou os olhos rindo de verdade dessa vez — Eu sinto muito por tudo. Sei que não deveríamos ter feito isso.

— Mas fizemos, e foi ótimo — Astoria largou a xícara — Quer ficar para o almoço?

— Só se me deixar cozinhar — me adiantei, ela sorriu e me deu um beijo na bochecha, a proximidade da sua pele com a minha me fez enlaçar seu corpo e roubar de seus lábios um selinho que se transformou em mais um beijo quente — Ou você pretende me comer?

— Pode ser. — ela se atirou em meus braços, cometendo um erro dentro do erro. No fim daquele dia, era hora de voltar à realidade. Coloquei a jaqueta, dei um beijo na sua testa e, sem mais delongas, atravessei a porta indo para minha casa vazia.

Mais perdido e solitário do que quando saí.