Severus podia afirmar, com toda a certeza do mundo, que o amor existia.
Ele sabia, porque era o que sentia por Lily. Havia sentido sempre, e sempre sentiria. Qual seria outra explicação?
Ele sabia que era capaz de amar, porque a havia amado desde quando ela era apenas uma garotinha ruiva, com seus olhos verdes e sardas, sorrindo para ele.
Os cabelos ruivos dela agora estavam espalhados no chão onde ela estava caída, os olhos fechados, o peito imóvel.
Qualquer um que olhasse de longe afirmaria que o que Severus carregava era um embrulho qualquer, mas era tudo que havia restado de Lily. O menino, pequenininho, tinha os olhos fechados, aconchegado contra Severus.
O professor de Poções reprimiu uma lágrima. Já havia chorado demais. Com cuidado para que o pequeno Potter não caísse, se abaixou para deixar um último beijo na testa de Lily. Ele precisava deixá-la ir.
Então, com um suspiro triste, ajeitou o bebê em seu braço e apertou-o mais contra seu peito. E foi embora, deixando para trás os cadáveres de seu inimigo e da única mulher que já havia amado.