
O Nascimento
O amanhecer chegou sob um céu tingido de roxo e dourado, prometendo um dia cheio de eventos que nenhum feitiço poderia prever. Harry acordou com uma sensação peculiar de ansiedade no peito, como se o ar ao seu redor estivesse mais pesado. Ele rolou na cama e encontrou Tony ainda adormecido, o rosto tranquilo contrastando com os dias de agitação.
No entanto, o momento de paz foi interrompido por uma dor aguda que fez Tony se contorcer. Ele ofegou, os olhos se arregalando de surpresa e desconforto. Harry saltou para fora da cama, o coração batendo descompassado.
— Tony! O que está acontecendo? — Harry perguntou, a voz carregada de preocupação.
Tony cerrou os dentes, suando profusamente.
— Acho que... chegou a hora, Potter. Nosso bebê está a caminho.
A agitação que se seguiu foi uma mistura de pânico e eficiência. Harry correu para reunir os itens que haviam preparado, enquanto Tony, entre ofegos, tentava acalmar sua própria respiração. J.A.R.V.I.S., sempre atento, ofereceu informações sobre os níveis de dor e os sinais vitais, embora sua voz estivesse tingida de uma preocupação quase humana.
— Senhor Potter, recomendo que o senhor mantenha a calma — disse a IA. — O senhor Stark está experienciando contrações mágicas instáveis, mas controláveis.
— Obrigado, J.A.R.V.I.S. — Harry respondeu, sua varinha tremendo ligeiramente em sua mão.
Com uma série de feitiços rápidos, Harry criou um ambiente perfeitamente esterilizado e seguro. A sala foi preenchida com uma luz suave e calmante, enquanto runas protetoras flutuavam no ar ao redor de Tony. Ele se posicionou ao lado do companheiro, segurando sua mão com firmeza.
— Estou aqui com você, Tony. — Harry sussurrou. — Não vamos fazer isso sozinhos.
As horas seguintes foram intensas. A magia envolvia a sala como uma tempestade controlada, pulsando com cada esforço de Tony. O cristal de energia mágica que haviam utilizado para monitorar o crescimento do bebê brilhou em um tom de azul profundo, marcando a força do laço que unia seus pais.
Tony lutava para manter o controle, mas sua respiração tornava-se cada vez mais irregular. A dor era real, e o esforço físico, mais desafiador do que ele havia imaginado. Em um momento de fraqueza, ele olhou para Harry, os olhos cheios de vulnerabilidade.
— Não vou aguentar... — murmurou.
Harry apertou sua mão com mais força, seus olhos verdes brilhando com determinação.
— Você vai conseguir. Pense no que enfrentamos até agora. Pense no que construímos juntos. O Dominic precisa de você.
Com aquelas palavras, uma nova força pareceu surgir dentro de Tony. Ele respirou fundo, agarrando-se à coragem que Harry lhe oferecia. E, finalmente, com um último esforço monumental, o choro de um bebê ecoou pela sala.
Silêncio.
A magia que antes vibrava no ar se aquietou, enquanto Harry pegava nos braços a pequena figura que acabara de entrar no mundo. O bebê tinha uma pele suave e morena, uma mistura harmoniosa das características de Tony e Harry. Seus olhos, no entanto, eram a prova final do amor que os criara — grandes e brilhantes, exatamente como os de Harry.
Tony soltou um suspiro profundo de alívio ao ver o filho pela primeira vez. Uma risada suave escapou de seus lábios enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.
— Ele é perfeito... — sussurrou, tocando a mãozinha minúscula de Dominic.
Harry, com o coração transbordando de amor, concordou, mal conseguindo conter a emoção que o inundava.
— Sim, ele é. Nosso milagre.