Sob a Magia do Natal

Harry Potter - J. K. Rowling
M/M
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Sob a Magia do Natal
Summary
Na intimidade da Sala Precisa, James Potter e Regulus Black celebram seu primeiro Natal juntos, em meio a presentes, risadas e confissões que transcendem o contrato que os uniu.
Note
Esta é uma obra de ficção criada para fins de entretenimento. Os personagens de Harry Potter pertencem à J.K. Rowling e à Warner Bros. Não tenho qualquer afiliação com as propriedades originais e não lucro com esta história.

A Sala Precisa nunca estivera tão aconchegante. A magia, sempre em sintonia com os desejos de seus ocupantes, transformara o espaço num refúgio natalino acolhedor. Uma lareira crepitava suavemente, espalhando um calor que afastava o frio de dezembro. Luzes flutuantes pairavam no ar, cintilando em harmonia com uma árvore de Natal decorada com enfeites prateados e dourados, refletindo o gosto impecável de Regulus Black.

James Potter estava sentado em um dos sofás macios, observando Regulus com um sorriso que era quase reverente. Regulus, em um suéter escuro que contrastava lindamente com sua pele pálida, estava ajoelhado ao lado da árvore, ajustando um laço que parecia fora de lugar. O ar entre eles era carregado, mas não de tensão; era algo mais doce, mais profundo. O tempo que passaram juntos desde que firmaram aquele contrato peculiar os aproximara mais do que jamais poderiam imaginar.

— Pronto, agora está perfeito — disse Regulus, levantando-se e ajeitando o cabelo com elegância. Seus olhos cinzentos, sempre tão calculistas, estavam surpreendentemente suaves ao encontrarem os de James. — Sua vez, Potter. Não me decepcione com o presente.

James riu, pegando um pequeno pacote embrulhado com papel vermelho e um laço dourado. Ele estendeu o presente, mas não antes de segurar a mão de Regulus por um instante, os dedos roçando de forma intencional.

— Eu nunca decepciono, Black. Feliz Natal.

Regulus abriu o pacote com cuidado, os movimentos precisos e quase cerimoniosos. Quando revelou o conteúdo — um bracelete simples, mas elegantemente trabalhado, com pequenos símbolos gravados — ele passou os dedos sobre as runas, reconhecendo os encantamentos protetores que James cuidadosamente colocara ali.

— Feitiços de proteção? — perguntou Regulus, a voz carregada de algo que parecia gratidão misturada com admiração. — Você realmente pensou em tudo, não é?

— Pensei em você, — respondeu James com um tom sincero, os olhos castanhos fixos nos de Regulus. — Quero que você esteja seguro, sempre.

Regulus não respondeu imediatamente. Ele apenas colocou o bracelete em seu pulso, ajustando-o com delicadeza. Por um momento, observou-o como se fosse o objeto mais precioso que já possuíra. Quando finalmente olhou para James, havia algo novo em seus olhos — algo desarmado e vulnerável. Ele abriu um pequeno sorriso, algo raro, mas genuíno.

— Agora é minha vez, — disse ele, entregando uma pequena caixa de veludo preto. Dentro, havia um anel de prata com uma pedra azul que parecia conter uma centelha de magia em seu interior.

James ficou sem palavras por um momento, admirando o presente.

— Regulus, isso é...

— Um compromisso — interrompeu Regulus suavemente, dando de ombros, mas com um leve rubor tingindo suas bochechas. — Não um compromisso formal — ainda —, mas um lembrete de que o que temos aqui é real. E que eu quero que dure.

James colocou o anel, e o sorriso que ele deu a Regulus era tão luminoso quanto qualquer feitiço Lumos.

— Real é pouco para descrever o que sinto por você, Black. Mas eu aceito esse compromisso, e prometo não estragar tudo.

Regulus bufou, mas não de desgosto. Era quase uma risada abafada, enquanto ele cruzava os braços, fingindo desinteresse.

— Você fala como se estragar coisas fosse seu talento principal.

— Bem, considerando que eu sou um Potter — James deu de ombros, a expressão zombeteira. — Faz parte do meu charme.

Eles ficaram em silêncio por um momento, e foi James quem finalmente quebrou a distância, inclinando-se para um beijo. Os lábios se encontraram suavemente, como se explorassem um território conhecido mas ainda novo, e o mundo ao redor deles pareceu desaparecer. Regulus deslizou os dedos pelo cabelo de James, aprofundando o momento, mas manteve a suavidade que combinava com o clima da noite.

Quando o beijo terminou, Regulus encostou a testa na de James, o rosto corado, mas com um pequeno sorriso nos lábios.

— Eu nunca imaginei que acabaria assim — ele admitiu, com a voz baixa. — Um contrato para união de sangue que deveria ser apenas uma formalidade... e agora estamos aqui. Você me fez querer coisas que eu nunca achei que pudesse desejar.

James inclinou a cabeça, observando-o atentamente, como se estudasse cada traço de seu rosto.

— Tipo filhos? — sugeriu ele, um brilho travesso no olhar, mas com um fundo de seriedade.

Regulus arqueou uma sobrancelha, um sorriso ligeiramente malicioso brincando em seus lábios.

— Você realmente só pensa nisso, não é, Potter? A mente na sarjeta como sempre.

James gargalhou, jogando a cabeça para trás, mas logo se inclinou para cutucar o ombro de Regulus com o dedo.

— Na sarjeta? Claro que não! Estou pensando no futuro. E, vamos ser honestos, o futuro com você é bem mais interessante.

Regulus riu junto, um som raro, mas adorável. Ele balançou a cabeça, o sorriso suavizando enquanto segurava a mão de James, os dedos entrelaçando-se naturalmente.

— Eu quero filhos. Sempre achei que seria mais uma obrigação do que um desejo. Mas, com você... eu quero. Quero ter uma família, uma verdadeira. E, se a magia permitir, quero ser quem os carrega.

James ficou em silêncio, o coração apertado pela intensidade do momento. Ele passou a mão pelo rosto de Regulus, os polegares acariciando levemente sua pele, como se para garantir que ele era real.

— Se você quer isso, então eu também quero. Seja como for, Regulus, quero estar ao seu lado. Quero criar algo que seja nosso.

Regulus desviou o olhar por um instante, como se precisasse organizar os pensamentos. Ele puxou James pela mão, fazendo-o sentar-se mais perto no sofá, e encostou a cabeça em seu ombro.

— Uma família... é tudo o que eu sempre quis, mas nunca soube que podia ter. — Ele suspirou, fechando os olhos momentaneamente. — Você faz isso parecer possível.

James sorriu, beijando o topo de sua cabeça.

— Isso é porque é. Vamos construir isso juntos, um passo de cada vez. E, antes de qualquer coisa, você vai ter que aguentar o caos que é passar um Natal com os Potter.

Regulus deu uma risada sincera, levantando a cabeça para encarar James.

— Eu já sobrevivi a você. Sua família não pode ser pior do que isso.

Eles riram juntos, e o som preencheu a Sala Precisa como um eco de promessa. Enquanto a neve caía lá fora, eles permaneceram ali, envoltos em calor e magia, imaginando um futuro que, finalmente, parecia cheio de esperança e amor.

— Feliz Natal, James — murmurou Regulus, a voz baixa, mas cheia de sentimento.

— Feliz Natal, Regulus — respondeu James, inclinando-se para beijá-lo novamente.

O beijo foi mais longo, mas ainda terno, seguido por um toque de lábios na têmpora de Regulus e um leve afago no cabelo de James. Eles se abraçaram, os corpos se encaixando perfeitamente, como se o universo os tivesse feito para estarem assim. Entre sussurros e toques suaves, permaneceram juntos, deixando a magia do momento falar mais do que palavras poderiam. Enquanto as horas passavam, o calor da sala e o som suave da lareira criavam um refúgio perfeito para os dois explorarem as promessas de um futuro que parecia cada vez mais ao alcance de suas mãos. E assim, envoltos em sonhos compartilhados, deixaram a noite de Natal se prolongar em silêncios confortáveis e gestos que falavam mais do que mil palavras poderiam.