10 anos foram o suficiente pra entender que sim, ele amava James. Ele sempre o amou, ele sempre o quis, sempre o observou e o desejou. Mesmo que sua cabeça dissesse que o odiava, seu coração sabia que aquilo não passava de uma mentira.
Mas ele não se sentia merecedor, afinal, James era o sol, ele era tudo. Potter era um combo de tudo que há de mais lindo nesse mundo, tudo o que Regulus mais sonhava, e ele se apaixonou tão intensamente que mesmo se quisesse negar, não conseguiria. Seus olhos o entregariam.
“Reg, vai atrás dele!” Barty, que estava sentando ai seu lado naquela festa ridicula, com pessoas ridiculas, incentivou seu melhor amigo a ir atras do Potter quando notou a batalha em que ele travava em sua mente “Vai atrás do que é seu, do que sempre foi!”
“Mas e se ele não me ver dessa forma?” o Black questionou enquanto olhava James do outro lado da sala, longe dele, e mesmo que algumas vezes Regulus o flagrasse lançando alguns olhares, ele continuava longe, rodeado de pessoas lindas e divertidas que não tiravam o sorriso do rosto de Potter “Eu não posso obrigar ele a me amar só por ter aceitado meus sentimentos por ele.”
“Amor” Pandora começou “Aquele homem olha pra você como um daltônico que enxerga as cores pela primeira vez.” Black riu da comparação tosca. “Então acredita em mim e vai atrás dele.”
“Eu tenho medo.” ele admitiu baixinho.
“Vai com medo mesmo.”
Regulus respirou fundo e se levantou do sofá, pronto para atravessar a sala e finalmente pegar o que ele queria, e que no fundo ele sentia que sempre deveria ter sido dele
“Se ele partir seu coração, eu e o Evan te consolamos amor!” Barty gritou antes de Reg se afastar.
“Cala a boca Crouch” Evan deu um tapinha no braço do namorado. “Boa sorte baby Black!”
“Eu odeio esse apelido.”
“Eu sei, por isso é divertido usar ele.”
Enquanto caminhava em direção ao grupinho em que James estava, Regulus pensou um milhão de vezes em se virar e correr para o banheiro, e provavelmente se esconder lá durante o resto da festa inteira. Mas ele estava cansado de ser um covarde, estava cansado de não ter James só para si. Então se não fosse para tê-lo de jeito nenhum, ele ao menos já teria colocado aquele sentimento para fora.
“Ei Potter” puxou o braço dele quando chegou perto o suficiente.
“Oi principe” James sorriu daquela forma que fazia o coração de Regulus entrar em colapso, e então teve que se abaixar para que pudesse escutar o que o irmão de seu melhor amigo falava, já que a música estava alta demais para que os dois tivessem uma conversa na distância certa.
“A gente pode conversar lá fora? A sós. É importante” E não havia motivos para James negar o pedido, não é como se ele conseguisse, para ser honesto, não quando o Black o encarava daquela forma.
“Claro, vamo lá pra varanda? ‘tá mais calmo!” Regulus acenou concordando e pegou a mão de James, o guiando para o lado de fora da casa.
Naquele momento o garoto de olhos claros ainda não sabia, mas James iria até Marte andando se ele apenas pudesse continuar segurando a mão geladinha de Regulus Black, ele não precisaria de mais nada.
✨✨✨
Do outro lado da sala, Sirius assistiu a cena de camarote. Padfoot e Moony estavam dançando abraçados quando ele notou a movimentação estranha de Regulus. Ele estava preocupado com seu irmão a alguns dias, Regulus estava mais fechado, andando sempre com um semblante de preocupação que alternava apenas com a tristeza, então sempre que podia, Sirius ficava de olho nele. E por conta dessa preocupação, ele acabou assistindo tudo. Primeiro ele viu Regulus atravessando a sala e interrompendo a conversa de James com aqueles amigos da faculdade com quem Sirius não ia muito com a cara, ele sussurrou algo no ouvido do amigo e o puxou pela mão até a varanda, onde mesmo que fosse separado da multidão, Sirius ainda conseguia ver tudo pelo vidro das portas.
Não durou muito, quando ele percebeu que Regulus estava interrompendo a falação de James, o calando.
COM.
UM.
BEIJO.
“QUE PORRA É ESSA?” Sirius gritou tão alto que mesmo com a música tocando em um volume que incomodava os vizinhos, algumas pessoas olharam para ele depois do grito estridente.
“Que susto!” Remus disse se afastando um pouco para olhá-lo nos olhos “Que foi?”
“Olha aquilo.” Sirius apontou para a varanda onde os dois ainda se beijavam “Eles não tem um pingo de vergonha na cara? Isso não vai rolar aqui não” Sirius tentou ir até a varanda mas foi impedido pelos braços de Remus em sua cintura “Moony?”
“Amor, eu vejo Prongs suspirar pelo seu irmão a mais de oito anos, e o Reggie ainda a mais tempo.” ele explicou. “Eu te amo, mas não vou deixar você atrapalhar o momento que eles esperam a tanto tempo.”
“Que porra você tá dizendo Moony?” Sirius o olhou bravo. “É o meu irmãozinho ali, sendo sugado como um dementador pelo James, meu melhor amigo.”
“Exatamente, o James. Seu melhor amigo, sua alma gêmea. Quem nesse mundo seria a melhor opção pro Reg do que a pessoa em que você mais confia no universo?” com aquelas poucas palavras, Padfoot se calou. “Quem trataria ele melhor do que a pessoa que cruzou a cidade pra vir trazer a sopa da mãe dele quando seu irmão adoeceu? Ou a que roda o campus inteiro pra te arrastar pra biblioteca quando sabe que você precisa estudar mas tá com preguiça? Ou a que-“
“Okay, já entendi.” Ele suspirou “Prongs é um bom partido pro Reggie. Mas ainda sim, ele namorou tantas pessoas em tão pouco tempo e terminou com todas. E se ele partir o coração do meu irmão? Ou o Reggie partir o coração dele? E se eu tiver que ficar no meio de uma guerra? Não vou escolher entre eles.”
“Siri, você nunca parou pra se perguntar? Você sabe o que todos os ex’s de James tinham em comum?” Moony o fez refletir por alguns segundos, mas nenhuma constatação chegou em sua mente.
“Absolutamente nada!”
“Exato.” Sirius ficou confuso. “Eles não tem nada parecidos, a não ser o fato de que nenhum deles era o Reg ou como ele!” Remus deu um beijinho no nariz de Sirius. “Eu te garanto que de coração partido eles não saem, nenhum dos dois.”
“Tá, me convenceu” Sirius afundou a cara no peitoral de seu namorado e suspirou fundo “Mas ainda sim eu preciso ir lá, já volto.”
“Amor…”
“Não vou fazer nada de errado, confia em mim!”
Padfoot beijou o namorado antes de seguir andando em direção à varanda, e abrir a porta abruptamente, assustando o “casal” e fazendo-os se separarem do beijo.
“Pads…” James começou a falar, com um claro tom de medo, da possível reação de Sirius.
“Vocês tem minha benção.” Ele disse sem rodeios enquanto olhava sério para os dois. “E se vocês quiserem terminar e sequer pensarem em me colocar no meio dessa história, vão sair três carros dessa casa, dois levando vocês pro IML e um me levando pra delegacia, então vocês estão proibidos de terminarem.”
“Você é maluco? a gente nem tá namorando. “ Regulus começou dizendo com seu rosto vermelho de tanta vergonha por ter sido pego no flagra por seu irmão, mesmo que não estivesse tentando se esconder ou esconder suas ações. Agora que James o correspondeu, ele gostaria de contar ao mundo aobre o beijo incrivel dos dois, antes que pudesse galar mais alguma coisa,James se meteu.
“Ainda Reg, não estamos namorando ainda!”
“Que nojo, na minha frente não.”
Sirius se virou e voltou a andar em direção a Remus, que sorria para ele de maneira orgulhosa, no meio do caminho ele conseguiu ver os amigos de Regulus olhando para a cena de fora com alegria nos olhos, como se já esperassem aquilo a muito tempo.
“É sério que a única pessoa que não sabia sobre eles era eu?”
“Sim amor, mas tá tudo bem. Você é bonito demais então tem permissão pra ser sonso.”
“Eu te odeio, sabia?”
“Você me ama e eu também te amo!”