Midnight Sun

Harry Potter - J. K. Rowling
F/F
Multi
G
Midnight Sun
Summary
O nome Malfoy sempre foi um fardo para aqueles que o carregam — um legado esculpido em fama e fortuna, que aprisiona de maneiras diferentes. Mas, ao contrário do orgulho que se espera de um herdeiro, Carina sempre sentiu que seu destino nunca esteve em suas mãos.Desde cedo, ensinaram-lhe que seu sangue significava tudo: poder, soberania, privilégio. Ainda assim, sempre houve algo incômodo nas palavras de sua família, um peso invisível que a fazia hesitar. Talvez fosse medo. Talvez fosse a certeza de que, quando o momento chegasse, ela não teria coragem de abandonar sua posição, por mais que seu coração se recusasse a seguir o caminho traçado para ela.Mas, dia após dia, um par de olhos azul-escuros a encara como se pudesse enxergar além da máscara que é Carina Malfoy.
Note
É minha primeira fanfic postada no AO3 então por favor, tenham paciência!!Tem MUITAS mudanças na história original, então já aviso desde já.É uma história sobre duas personagens originais femininas no universo de Harry Potter.Desculpe pelos erros (escrita na madrugada e sem revisão!!)

Você é o sol, nunca viu a noite

Mas você escuta o som dos pássaros de manhã

Bem, eu não sou a lua, nem sou uma estrela

Mas acordado de noite estarei cantando para os pássaros

"Your Best American Girl (Mistki)"

Tudo estava acabado.

Destruído, opaco e sem vida.

Os gritos ao redor de Carina se matriculam em sua cabeça, deixando sua percepção muito mais penosa. As súplicas por misericórdia e os gritos de bravura formavam uma verdadeira cena de guerra. Os rosas aflitos corriam por todos os lados, mas não importavam. Nenhum, exceto os que pairaram na sua frente.

Diante dela, uma figura masculina a encarava com desprezo e ódio. Ao seu lado, outra presença familiar beirava o desespero, os olhos azuis marejados brilhando como uma substância silenciosa. O vestido preto com um grande rasgo deixou uma imagem da mulher que Carina tanto conhece, totalmente irreconhecível.

Carina nunca imaginou ver sua mãe assim.

Era uma imagem que abalava tudo dentro dela. Uma cena que não devia existir.

Ela quis desviar o olhar, fugir daquela expressão suplicante, mas seu corpo não obedeceu. Algo a mantinha no lugar.

Alguém a mantinha no lugar.

Uma mão viva seguia seu pulso.

A mão de uma garota que pendia em pé ao lado de Carina. Com uma aura protetora, ela olhou fixamente para frente. Olhos azuis, frios e corajosos.

Ela estava protegida Carina. De algo. De além.

Antes que o medo pudesse atingir seus sentidos, Carina desperou sem fôlego.
O coração martelou dentro do peito. O ar parecia pesado enquanto ela piscava algumas vem, tentando se sentar no espaço pequeno. A luz fraca filtrada pelas frestas entre as pedras de seu esconderijo, não permitia que seus olhos fossem como teria encontrado.

Apesar de tudo o que a parecia muito mais escurecer do que a garota se lembrava.

O cheiro de terra molhada invadiu seu nariz, e, ao longe, um trovão a assustou. Os pássaros puderam ser ouvidos ao longe, fugindo do que Carina já havia entendido ser uma grande tempestade que estava chegando.

Com um suspiro precioso, uma garota perdeu a mão pelo chão até encontrar o livro que trouxe consigo. Ao lado dele, uma pequena coroa de flores, já murcha pelo tempo se desfez no toque meio bruto da menina.

Ela resmungou baixinho e a guardou no bolso sem muita importação.

Antes de adorar, ela tentou se distanciar do eco abafado da reunião que acontecia em seu jardim. O tilintar das taças de vidro, as risadas falsamente calculadas e as conversas em tom baixo e conspirações. Os Nott, Parkinson, alguns Lestrange e os Goyles... os mesmos rostos e as mesmas ladainhas. Essés foram os dias que Carina mais detestava. Sempre à beira das sufocantes conversas políticas enquanto só podia observar crianças vagando por sua casa e revirando suas coisas sem cerimônia.

Ela prefere ficar escondida a ter de aturar a garota Parkinson em seu esconderijo por causa de seu irmão, ou o grandalhão Goyle correndo atrás de alguma coisa em seu jardim para quebrar.

Ela também havia tentado trázer Draco consigo, mas ele havia dispensado essa ideia e Carina suspendeu que ele preferia enviar na mesa dos adultos e ouvir os planos políticos de seu pai, mas que não tem fundo ele odiasse conversas chatas e entediantes.
Os olhos de seu pai, que em sua maioria, eram frios e cinzas, se tornaram um pouco mais orgulhosos com as grandes atitudes de Draco. O orgulho que era depois em contraste com a indiferença de sempre.

O dia não aparentava ter chances de chuva no início da tarde então ela não viu nenhum problema em dar uma escapada para fora do jardim. Levou um livro que perdeu sua mãe quando jovem e que era sua preferência. Mas já hávia se cansado de ler a história repetida vem, entrou procurou alguma coisa para passar o tempo. Observou como fadas da natureza fez seus ninhos nas rachaduras da árvores, contou tronquilhos, brincou pedrinhas em uma poça de água, e por fim se enviou em seu esconderijo depois de colher algumas flores e fez uma coroa com elas até adorar em seu canto especial.

Preguiçosamente, ela escorregou da pequena festa de pedras que, por algum momento, ela havia achado em um muro do lado de trás de seu jardim quando era pequena.

Assim que ficou de pé, ela enviou uma gota cair no meio de sua franja, e não demorou para que as pequenas metas se transformassem em uma pesada chuva. Que fez uma garota abrir o passo no caminho para sua casa.

Carina correu pelos degraus de pedra, o livro pressionando contra seu peido em uma inútil tentativa de o proteger. A terra aos seus pés se transformam em lama escorregadia, grudando suas sapatilhas nela a cada passo. O vento puxava suas rodas encharcadas e batia os graves das árvores contra seu rosto e seu cabelo. Seu movimento estava pesado, sua visão limitada e seu pãozinho se perdendo. Parecia que o próprio universo conspirou para sua demonstração.

Mas ela não devia ter se apresentado por que no momento em que fez isso, parte de seu cabelo se envolveu nos túmulos das árvores e seus pés perderam o equilíbrio. Em um momento de desespero ela largou o livro e tentou se segurar em alguma coisa, mas caiu inevitavelmente no chão frio e úmido. O livro aterrissou junto com o conselho e Carina viu as páginas abertas, enviando manchadas de sujeira.

Sua garganta queimou e ela engoliu em seco. Parou por um momento, ajoelhada no chão e mando castigada pela chuva que batia em sua cabeça abaixada. Ela odiou a sensação cortante que passou por seus olhos e deu que ainda visita tivesse passado por sua lareira hoje mais cedo. O livro que ela tanto gostava, o presente mais simbólico que sua mãe já havia dado, agora jazia na lama.

Ela tentou limitar seu rosto com as costas de sua mão, mas que foi em vão, agarrou o cabelo preso na árvore e voltou a levantar.

Suspirou olhando para o joelho cortado. — esperava que a chuva pudesse limpar o sangue antes de chegar.

Agarrou seu livro jogado ao chão e passou o braço molhado pelas páginas tentando amenizar o estrago, mas só piorou. A capa da cor vinho já estava desotada antes, mas agora parecia um marrom sujo, seu título em dourado que antes ainda estava em operação opaco e descascado. O rodeio com o braço e a manga de sua blusa, — a poucos segundos transparentes na pele branca, grudou-se na capa enlameada.

Voltou a caminhar silenciosamente sem se apressar até avistar a alta sebe que rodou o grande portão ornamentado, que impunha limitar na entrada. Carina adentrou no portão e viu no final do caminho reto que passava pelo jardim — em que ela teve que dar uma extensão volta, o grande casamento em que morava. Ela passou pelos arbustos e pela linda fonte que estava repleta agora e não mais gloriosa como costumava ser.

Na frente das grandes e suntuosas portas de carvalho escuro, Carina avisou o que parecia ser Dobby embaix da chuva — os olhos ocupados percorrendo todo o jardim.

—Senhorita! — Esganiçou a criaturinha. — Onde esteve?! Dobby esteve a procurar por todo lugar! — Deu uma volta em Carina checando se estava tudo bem, mas arregalou os grandes olhos — Isso é sangue! A senhora se machucou! — Ele se inclinou para lidar com os olhos embargados de pré-copação. — Dobby não pode deixar que a senhora Narcisa veja isso... Por favor, permita que Dobby cuide da senhora!

O canto de sua boca se estreitou e ela sentiu um frio na barriga ao pensar em sua mãe. Apertou as mãos em volta do livro, inquieta e olhou de Dobby para a grande porta de carvalho negro.

Dobby com suas mãos espirididas continuaram a observar com agitação.

— Faça isso rápido. — Ela murmurou olhando por uma fresta na porta em que abriu para conferir se havia alguém dentro do salão de entrada.

Os dois entraram fazendo o mínimo de barulho possível. A sua intenção foi passar desesperada. Depois que Dobby cuidasse de si e a limpasse, ela subiria para seu quarto e ficaria lá até a hora do jantar, onde apareceria como se nunca tivesses sumido.

Os pés de Dobby fizeram um barulho característico, ainda mais estando molhados e sujando o chão branco, mas Carina não achou que queria que os outros estivessem, ouviram aquilo. Os seus próprios, calçados por uma graciosa sapatilha preta, estava emitindo um som asqueroso de coisas escorregadias e únicas, pelo chão do salão de entrada — que era grande e tão rico em decoração quanto o resto da mansão. Ele estava bem iluminado, como custumava ficou quando todos da casa ainda estavam acordados.

Carina parou em cima do antigo tapete verde musgo que era uma herança de família muito importante para seu pai. Ela por inteira pingava sem parar, o sangue de seu joelho escorria e se misturava com a água e formava uma pequena peça embaixada de si.
Ela deixou para dar a Dobby uma melhor visão de seu joelho machucado e sujo e assistiu ele pousar sua mãozinha sob a pele irritada, fazendo a sujeira em volta dessaprecer. Em seguida, o machucado se fez e uma casquinha se formou como se já estivesse sarando a algumas semanas. Uma garota suspirou, sentindo um alívio na dor irritante que rasgava e puxava sua pele.

Ele voltou a olhar para ela, como se esperasse mais alguma ordem, mas Carina apenas abanou a mão pra que ele fosse embora. Ele fez uma profunda reverência, que encomendou seu nariz no chão e aparatou de onde estava, com um clique ensurdecedor. — Ela olhou para onde o elfo estava a alguns segundos atrás e só agora percebeu que ele possuía uma faixa branca por sua cabeça, onde haviam alguns pontilhados vermelhos.

Engoliu em seco, já imaginando o que seria aquilo e decidiu a ignorar ela voltou a atender para seu próprio corpo e a sensação de sujeira que o percorria. Lembrou-se também, para seu azar, que dispensou o elfo quando devia ter mandado limpar toda a lama e água de si.

Frustrada, ela tirou o cabelo molhado do rosto e puxou as sapatilhas para poder arrancar-las antes de subir para o banheiro. Mas antes que o pudesse chutar para longe dos sapatos sujos, ela ouviu uma voz mordaz que a congelou no lugar.

— O que significa isto?

Sua mãe estava parada ao fim da escada. Alta e elegante em seu vestido verde de cetim. Exalando uma aura perigosa com desconfiança e desprezo. Sua voz baixa e de certa forma mansa fez a espinha de Carina se arrepiar como um baile de água gelada. Uma mulher que Carina cresceu admirando, mas que ela odiava conviver.

—Tem noção de que você procura até tarde? Enquanto você brincava de se esconder e se escondia. — o canto de seu olho tremeu. — Olhe para você, como uma pessoa qualquer... como se eu não tivesse dado o mínimo de educação.

Seu rosto formigou de vergonha.

Carina desmlizou os olhos para a forma impossível de sua mãe, cada movimento calculado. Sua voz caindo uma corrente de gelo. Carina não respondeeu. Não precisava. A forma como ela abriu os dedos no livro sujo até que se criassem nós brancos já dizia tudo.

E havia algo magnético no olhar de Narcisa Malfoy. Algo que não deixou Carina abaixar a cabeça e assumir um posto de culpa por suas ações. Sua postura era reta, perdidamente alinhada, exibindo uma confiança que não existe de fato dentro da garotinha. Um espelho, uma cópia de sua mãe.

Sua visão escureceu, seu ouvido apitou. Era um sinal de que as coisas estavam desandando na casa dos Malfoy. A falta de ar era comum, mas ainda sim, inebriante. Carina se sentia perdida quando isso acontecia. A forma de sua mãe parecia passar em câmera lenta, em volta de uma bola cinzenta que distorcia a visão da garota. Um gosto amargo subia pela garganta e sua mente não parecia estar realemente tão concentrada naquele lugar. A boca da mulher alta e loira se move, mas Carina ouviu apenas uma frase saindo dela:

—Suba para seu quarto, e não quero te ver cedo fora dele.

E em um piscar de olhos, a alta mulher já não estava mais lá.

Ela odiava isso.

A presença já não é suficiente e agora seu pulso volta a trabalhar.

Ela nem sequer percebeu...

Mas isso era uma coisa boa, de certa forma.
O Agradeceu mentalmente por ter uma família distante ou suficiente para não reparar em seus momentos de conhecimento.

Não sabe quando isso é porque veio. Talvez sempre estivesse lá?
Ou talvez é tão normal e quanto memórias funcionam assim, se apagando e voltando como lapsos em seus sonhos. Mesmo que ela duvidasse muito.

Subiu as escadas decidindo deixar aquilo para lá. O dia havia sido cheio, ela não precisou ficar se martirizando com o olhar outro de sua mãe.

Ela balançou a cabeça e continuou a subir, mas o ranger dos degraus de madeira pararam abruptamente.

Da ponta da escada um olhar afiado estava o rosto.

— Onde você está? — questionou Draco murmurando e olhando cético para a irmã.

A voz não causava nenhum mal estar em Carina, por mais que essa banhada de ceticismo. O que frequentamente era usado para reprendê-la. Muito pelo contrário, Carina se sentia muito bem ao vê-lo ali.

Ele a examinou de cima a baixo, percebendo seu estado sujo e dando uma breve olhada pela janela até a chuva forte batia.

— Estava brincando na chuva. — deu de ombros e pisou impaciente no degrau em que ficou pré-a.

Draco piscou algumas vem e franziu a testa.

— Não estava não. Você nunca fez isso. — ralhou de braços cruzados.
“Desde quando você se sente pra mim?”

Carina revirou os olhos sorrindo contrariada. — Eu não minto pra você, só não deixo você saber quando fazer coisas sem sua companhia, idiota.

Ele devolveu com um olhar afiado. — Então me avisou que ia brincar atrás do jardim hoje cedo?

— Eu te convidei pra ir comigo, é um pouco diferente. — Sorriu convecida. — De qualquer forma, você sabe onde eu estava!

Draco sorriu pendendo a cabeça para o lado. — Eu só não acho que você ficou lá a tarde toda. Olha só, já escureceu!

— Sim, mas e daí? Pelo menos aquelas pessoas já foram embora. — Carina empurrou o irmão para o lado e pôde finalmente passar pelo degrau que Draco estava bloqueando uma passagem. Pulou o último degrau e perdeu pelo longo corretor, abrindo a porta do banheiro e passando para dentro.

Conseguição enviar o olhar afiado de seu irmão acompanhando seus passos. Porém, ele nada disse ou fez, além de parar na porta do banheiro e se escorrer no batente.

A primeira coisa que fez deixar seu preço no canto do banheiro. Ela daria um jeito naquilo mais tarde.

Tirou como meias sujas e encardidas de lama e jogou em Draco que prontamente desviou a olhar com indignação.

Ela se virou e veio a encher a banheira de água, soltando alguns risinhos das reclamações de seu irmão. Era mais fácil se limitar com um aceno de varinha, mas Carina nem se deu ao trabalho de cogitar pedir a alguém para fazer isso. As ordens de seus pais para Dobby deviam ser bem claras: auxílio de magia estritamente proibido para Carina Malfoy. Um lembrete pela sua malcriação.

Mas o que você disse que aconteceu? Um bom banho de banheira na penumbra de uma noite chuvosa. Ah, era isso tudo o que Carina precisava.

Seu irmão a olhou uma última vez antes de reviver os olhos e fechar a porta deixando outra loira sozinha.

Se depôs por inteira depois de girar o trinco da porta e se jogou na banheira quente.

A água a abraçou e por uma razão inexplicável, se sentiu muito mais consciente de seu próprio corpo agora.

Sentia sua cabeça latejar e seu rosto todo arder. Sabia que era uma vergonha para os Malfoy e talvez nunca mais tivesses coragem para se olhar no espelho.

“Olhe para você, como uma qualificação...”

Agora sozinha, o nó em sua garganta voltou a queimar, a ponta de seu nariz ardeu.

“como se eu não tivesse dado o mínimo de educação.”

E em um segundo, uma pequena Malfoy foi tomada por lágrimas.